CORES
Cancioneiro da Ajuda
Paleta do Cancioneiro (Clique nas imagens)
As iluminuras do Cancioneiro da Ajuda são formadas por um fundo arquitetónico, que assenta na representação de um Palácio ou afim. Estes fundos arquitetónicos encontram-se concluídos, ao contrário das personagens a que servem de moldura. Nestas, nos seus instrumentos musicais e nas vestes, faltam os retoques finais. Já no que diz respeito aos rostos e aos fundos onde se inserem, haveria possivelmente a intenção de usar a cor original do pergaminho, tal como acontece no Códice Rico das Cantigas de Santa Maria de Afonso X, o Sábio. Como tal, poderão estar menos incompletos do que se poderia pensar.
A diversidade de cores e a presença de pigmentos luxuosos, como o azul de lápis-lazúli e o rosa de pau brasil revela a vontade de produzir um manuscrito sumptuoso. Os amarelos de ouropigmento e de ouro musivo permitem ainda propor uma cronologia para a sua produção: finais do séc. XIII-inícios do séc. XIV.

É um pigmento de síntese produzido desde a Antiguidade. Obtinha-se, como descrito por Plínio, expondo placas de chumbo a vapores de ácido acético, existente no vinagre.
Será talvez um dos mais antigos pigmentos produzidos pelo homem, sendo a sua síntese descrita tanto na enciclopédica obra de Plínio (séc. I) como por Vitrúvio (contemporâneo de Júlio César, séc.I ). Obtém-se por aquecimento do branco de chumbo a uma temperatura entre 300-480ºC. No tratado medieval português, O livro de como se fazem as cores, também encontramos uma receita para a sua produção.
Este sulfureto de mercúrio é talvez um dos pigmentos mais importantes em Arte, tendo sido usado desde a antiguidade até ao séc. XX. Nesse século, preocupações ambientais acarretarão a sua substituição, nas cores para artista, por modernos pigmentos orgânicos.
A cor rosa produzida pelo pau-brasil é, neste contexto, uma cor de luxo devido à raridade deste corante, resultante das pequenas quantidades importadas no séc. XIII. Com origem no 













