PROJETO
Cancioneiros medievais
STEMMA – Do canto à escrita – produção material e percursos da lírica galego-portuguesa
Visão Geral
(1) A materialidade do Cancioneiro da Ajuda e de códigos semelhantes: uma abordagem molecular
O Cancioneiro da Ajuda, único cancioneiro medieval sobrevivente, tem sido objeto de numerosos estudos. No entanto, na ausência de testemunhos externos e fontes coevas, as questões que este manuscrito continua a suscitar só poderiam eventualmente ser resolvidas através de uma análise científica direta, com o uso de técnicas laboratoriais modernas. Foi isso que nos propusemos fazer. Nos últimos anos, a co-IR desta equipa e seu grupo desenvolveram e testaram uma abordagem para a identificação molecular das cores usadas em muitos tipos diferentes de códices medievais, incluindo o Cancioneiro da Ajuda. O objetivo desta metodologia é determinar a composição precisa das tintas – identificando pigmentos, corantes, meios de ligação e outros compostos, como cargas (aditivos). Ao caracterizar com precisão as tintas no contexto, é possível propor cronologias para o uso de corantes em manuscritos europeus medievais.
(2) Os códices italianos e sua matriz medieval
O Cancioneiro da Ajuda possui semelhanças, mas também relações problemáticas, com os outros dois cancioneiros sobreviventes, B e V, ambos cópias do século XVI de um manuscrito desaparecido, e os três com os pergaminhos Vindel e Sharrer. Assim, a segunda componente deste projeto centrou-se na investigação contextual e histórica sobre todos os manuscritos, seus mandantes, proprietários e percursos, o que foi feito não só através da análise cuidada a estes próprios manuscritos, mas também da pesquisa em arquivos e bibliotecas, nomeadamente no que diz respeito aos círculos humanistas italianos e portugueses onde se moveram Angelo Colocci e D. Miguel da Silva, bispo de Viseu.
BIBLIOGRAFIA
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